domingo, 3 de junho de 2012

Uma Carta?


Às vezes eu me perdia em sonhos. Ou me encontrava.
O que sei é que algumas coisas não devem importar mais.
Engraçado... eu sentia por tudo. Narrava em minha mente todos os pensamentos como se tivesse lendo um livro.
 Era um jeito de não maltratar-me, um jeito da realidade se diluir em gotas de orvalho.
 Houveram dias  tão ruins nos quais até palavras me abandonaram.
O silencio ia junto.
Na verdade, não acredito que existiu silencio ,até porque melodias ainda parecem caminhar junto aos olhos daquele menino,daquele bebê,daquele homem.
Concluí ser.
Mesmo não sabendo do que se tratava tal afirmação. Eu queria a musica em mim, queria vento e chuva, queria o horizonte e mais um pouco.
 Eu não queria nada alem da fragrância de tudo. Eu estava prestes a voar.
Certa vez, uma mulher roubou-me o ar.
 Levou consigo algo a mais.Trouxe algo também. Ainda não sei o que é. Ou talvez eu saiba. Essa mulher é uma das melhores que já levei para cama.
Jamais esquecerei aquela noite de outono. Ela ainda está por aí. Ainda estamos no outono, não estamos?
Agora é hora de dormir, embora não haja sono. Devo voltar aos poucos para seguir.
‘’Nem sempre há mágica no absurdo’’. É  Lobão,e o absurdo sempre está dentro da mágica.
Eu sei bem que nesse exato momento mil sentimentos conduziriam-me a escrever e escrever e escrever.
Porém não posso. Porque além de tudo, estou sem.
Meus caros,agora serei cordial e cumprirei o que é moral (embora moralidades sejam cômicas e insensatas)
 Um sincero agradecimento.
Atenciosamente, Pierre.