quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cara Rosana, minha Roseana

Jamais entraria na minha mente esse tal binômio de Newton.
Era pra tudo dar certo, mas a química orgânica já fazia parte do universo todo, então não havia uma razão de compreender fórmulas, se um dia tudo seria naturalmente entendido.
Eu aprendi numa noite só.
Eu chorei quando percebi que a nostalgia é sem dúvida parte de mim.
Tudo estava meio borrado.
Havia uma estrela no céu.
Uma estrela e todas as nuvens pra sentir.
A chuva caiu, e todo o pretume da Terra se entregava ao silencioso som das gotas.
Ela era bonita.Muito bonita.
E tinha um desses olhares que entram e pousam como se fossem vagalumes.
Ela me conquistou.
E nao sei se foi pelo sangue que corria em seus lábios ou pelo toque aveludado do seu forte abraço.
Acho que a amei e  não sei porque. A gente nunca sabe o porquê.
Às vezes eu me perco nesses sentimentos estranhos em que me encaixo tão  perfeitamente...
Sei lá, sabe?
Perto de dela, parece que me conheço.

Um causo, dos mais comuns.


Meu batom vermelho,
No teu corpo, teu pescoço.

Ora ora, porque ao menos não limpou o rosto?
Ele foi embora,
e nem sequer viu se chovia lá fora.

Meu batom vermelho,
escondendo o roubo que me fizeram.

Te esqueço num canto,
pego meu violão,
lembro dele, mas não canto.

Meu batom vermelho,
derretendo sob um cara, bom rapaz, outro a mais.

Já o deixei de lado,
você não pode ver
ou acha que tens só sonhado?

Meu batom vermelho,
ansiando por teus lábios, nossas noites, teus afagos.

Ele foi pra longe do meu apartamento
na Avenida 41 ele deve estar,
 com um conhaque pra ajudar.

Meu batom vermelho,
bem longe dos teus encantos.

Ele se foi em alta velocidade
no boteco do seu Zé ele tenta esquecer
Valentine’s e outro gim com Tônica,
- vamos lá garoto, você pode a vencer!

(Um monólogo infantil, meu caro senhor,
a vida é só algo vil!
Beba outro gole, já é tarde, vamos lá,
Ela não é de nada, mas pode te matar!).

Meu batom vermelho,
ardendo em desejo,
 por alguém ainda mais sedento.

Ele disse que estaria sempre comigo,
vejam só,como me deixei estar
só pra dessa vez aprender a amar,
Mas já não posso nem o abraçar.

Meu batom vermelho,
servindo de escorregador,
pra essa lagrima amarga,
fonte de paixão e dor.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ao Terceiro Poeta


O único pronto à uma nova melodia transpor.

Nessa cidade, abaixo dum fio transparente, num mar estranho e incandescente.

Fomos apresentados ao ardor e à uma declarada tempestade . Mostramos o sopro da alma, o sublime choro, de qualquer humor.

Tantas e tantas vezes já escrevi sobre ti, mas como podem palavras guardarem a preciosidade que só encontro em algum lugar, no fundo do teu olhar?

Caminha, doce anjo. Ainda não é tempo de voar. Se quiser sente-se um pouco comigo e beba dois goles de fôlego. A lista de filmes está crescendo, há mais um montão por ver. Todos eles, nós sabemos, trarão alguma emoção, real ou não.

Você, caro ariano convencido, juro que não sei como aguento, entre todos, é o mais irritante e metido. Sem duvida o mais criativo, as vezes tenho medo, quando por exemplo, durante aquelas filosofias, vinha ( de ti instigantemente saía), latidos, grunhidos..Uns barulhos esquisitos.

E acha que eu me esqueceria daquela magica melodia? De todas as vozes que a entoaram um dia, quem sempre me emocionou, foi a tua.

E o tempo continua se apressando demais, e a vida continua sem nenhum significado. As bobagens arremessadas naqueles cafés estão flutuando agora em algum lugar, junto ao vento. Essa garoa fria, esse céu nublado ( cheio de estrelas), combinam com todos os nossos sonhos.

Sonhos bobos e delicados! Estúpidos e ousados! Sonhos, todos tão bem sonhados! (me dói pensar que podem ter sido desperdiçados).

Meu bom amigo, não esquece, nada é muito importante, nenhuma pessoa vale o preço de qualquer outra coisa. Não há valores, no fim, isso é certo.

É hora de concretizar,logo abaixo, aquele devaneio ( ou seria veraneio?), que por um reles acaso veio.

- A distancia é ótima para amantes, porque aumenta os desafios e a paixão tende a sucumbir a alma quando o reencontro vier a tona; já o mesmo numero de quilômetros pode apagar o brilho de uma amizade sincera. A mulher certa, deve completar estes dois requisitos, então só resta ser e  nós, tentarmos nos gestos, a perceber.

Fora uma boa conclusão para se ter. Então que tenhamos uma boa sorte quanto a isso, porque convenhamos que o azar esqueceu de nos deixar, parece estar gostando de brincar...

Falta mais um pouco só. Eles dizem para termos toda a atenção agora.

Falta mais um pouco. Para o quê? Ninguém soube me responder.

Lado a lado,( mantenha-se ), sabendo que a próxima estação vem com um calor dos diabos!

Os detalhes mais ridículos estão aqui, pouquíssimos podem os saborear e rir, e é bom que continue assim!

Obrigado pelos momentos e pelo abraço. Obrigado pelas cócegas também.

Ah, e

Meu bem, ouça-me bem

Em nossos laços e passos

Ninguém ousa, ou intervém.

Porque não podem nos matar

Já que vivemos para aos que amam, amar.

Lágrimas e sorrisos

Janelas, gritos e tantos outros risos.

Sincero e magnifico poeta,

Quando a noite chegar, se aprume, deixe a preguiça e vá até um bar.

De madrugada, é bom dançar!

Então,

Até lá.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ana?



Juntou-se à mesa com a família,comeu um pedaço de pizza e saiu.

Bebeu dois copos d’ água, acendeu um cigarro e o ventilador.

Trancou a porta do quarto, sentou-se na janela.

Metade dos sonhos quebrados, um terço de pó sob o aquário.

Observou as folhas caindo, no meio das cinzas, dentro dos prédios.

Ajeitou o cabelo, mas não tinha jeito, o vento atacava feio.

( se alguém visse, era algo bonito a se ver. )

Desiste de encontrar. Nem mesmo sabia o que estava procurando.

Sai da janela, tropeça numa roupa jogada, tira toda roupa do corpo.

Escova os dentes, troca o disco, deita no chão.

Luz apagada, olhos acesos.

A vida lá fora, com o mesmo movimento.

Desfeita, contraindo o eco de seu grito.

Sonolenta, de relance vê, não sabe o quê.

A distancia que sentiu entre um tempo e outro foi quase nula.

Só alguns detalhes na lembrança. Já não quer saber.

Mas há quase um ano, houvera uma bela dança.

( Se alguém visse, seria inevitável perceber. )

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Metafisica!

Meu muquifo, terceiro andar
Ela vistoria os detalhes, as falhas
Não estou nem aí, preparo um café.
Seu olhar, tao perto, tão certo.
Aquele corpo, Completamente solto, pronto,
Pra mim, estou quase tonto.

Esqueço o cigarro,
A pego e a trago.
Aprecio. Há o que apreciar.
Ela é bonita, não só vejo vida.
Salto agulha, injetando o ápice
Entorpecendo-me, revendo um álibi.


Minha cama, astronave casual
Deitados, rumo ao mundo espectral
Pouco a pouco retiro seu vestido.
É um mal súbito, enlace profundo
Rendas! Uma magnitude, imprevisível
Pele macia, mais que devorar; vou a traçar, decorar!

Há rumores de vulgaridade
Mil indícios de um novo vício
Ela vai embora amanha, a qualquer hora
A olho, me infiltro para sempre num momento
A amo, sem medo, sem noção de um vasto tempo.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

1991


Oh,a dama está vindo do norte do país

Trazendo a bagagem do sul

Com todo o sotaque do leste

Ela vem para o centro do nada

Ah ! Minha querida amiga

Não deixe se levar

Cuidado com as lastimas do ultimo verão

Mas não se conforte em ficar

Controle apenas seu olhar no ultimo vagão

Sim, agora não mais que antes

Solte teus cabelos,

Do fogo ao gelo.

Sim,agora e depois,como antes.

Não baby, não chore hoje

Não baby,não sorria também

(O tempo pode te matar esta noite)

Sem nunca chegar,amor

Sem nunca ir,meu bem

Sem dizer não irá perder

(Mas o tempo pode te roubar esta noite)

Então querida,

Vá ao topo e ao fundo!

Tenha em si o sopro,

O mundo!

( lembra,o tempo pode te perder esta noite)

Oh ,mas não termine a viajem enquanto ainda é tarde

De quando em quando é necessário se jogar à margem.

( O tempo pode te esquecer,sem males)

A dama do norte,

Vestindo o azar e a sorte

Vem logo ali,(sem tempo), está aqui.

Já consigo ouvir,

E você, pode ao menos sentir?

fool, so fool.

Minha mente constantemente invade meu peito
E leva consigo todo mal, qualquer feito.
Chego a sentir a vida,
Estarei eu, enlouquecendo?
Consigo tragar uma nova essência
Continuo dopada ou este é outro mero argumento?
De vez em quando visito a morte
Um vazio estonteante cega-me,tenho sorte
E mais uma vez planejo,rasgo conclusões
Sem qualquer fundamento,
Terei de exterminar velhas emoções?

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Descaso duma nota musical sem nenhuma melodia sentimental, muito menos cordial



Daqui vejo uma cadeira de balanço
Ela está logo ali
Daqui ouço uma voz que já conheço
Ela vem se aproximando, por mim?

Dali compreendo o porquê de não estar aqui
Ela assobia as infâmias tanto vividas
Dali observoeu sem sina, voando até sucumbir
Ela reflete o vento assoprando um mar de vindas só com  partidas

Estou abrindo um espaço entre vida e morte
Ela disfarça, sem dó, sem lá,
Estou cá com veraneios e fatias de sorte
Ela vence o sol, lançando-lhe um aceno solene.

Componho uma nova distorção
Ela chega, provocando e me provando
Recomponho num segundo uma velha confusão
Ela vai, contudo aos poucos, levantando, se levando

Vejo o que vejo sem saber se estou vendo
Ela contraí o cenho, diz meu nome , nua, nobre, dorme e some!
Sonho com um sonho dentro de outro sonho sonhado,
Estou acordado, atordoado, anestesiado, mas sim, por fim, acordado.

Ela se retém, à brisa da tarde, e se mantém
Ahh! Quanto desdém,
Pronuncio sem voz, e ela sabe, já me tem.

Sobre uma época que usei um vestido bege ou xadrez



 Entrou assim, pedindo licença, sem esperar resposta.
Entrou e sentou no canto do sofá,
o sapato em cima do tapete, tapete um pouco empoeirado.

Ofereci um café,
aceitou.

Ofereci uma longa e detalhada narração sobre a vida,
ouviu e foi se aconchegando.

Perguntou  sobre o porquê de uma lágrima encontrada abaixo do lustre, expliquei ter sido  o vento o responsável por dissolver certos pesares.

A tarde caía e assistimos a um filme antigo, parecia novo e era um dos nossos favoritos.
Tal como a neve, sempre retornávamos serenos à superfície do cerne.

Pensei por um tempo, o silencio reluzia, por ora feliz.
Pensou por um tempo, o silencio ancorava, mais uma vez reles.

Revelei algo meio óbvio, sorriu e levantou os olhos.

Olhou e decorou cada sorriso,
aos poucos deve ter ansiado pelos risos e olhares também.

Caminhou pelo apartamento delicadamente,
como se tudo fosse de papel ou areia.

Caminhei pelos cômodos lentamente,
como se tudo fosse uma fotografia ou uma pintura.

Pusemo-nos um ao lado do outro e demos as mãos,
não houve promessas nem declarações.

Fitei o céu, o sol.
Observou as nuvens, o céu.

A vitrola lançava-me uma benção,
a máquina de escrever lampejava qualquer descontentamento.

Foi até a cozinha e acendeu um cigarro.
Fui à sacada e bebi outro gole de água.

Fui à cozinha e joguei migalhas fora.
Foi à sacada e desligou o mundo.

Dormiu em mim.
Dormi sem roupa.

Dancei um blues.
Dançou um blues.

Contou-me seus medos e sonhos,
ouvi e sorrateiramente fiz sentido.

Como era de se esperar,
outro acaso bateu na janela.

Como qualquer um imaginaria,
o destino gostou do caminho e repousou sobre ele.

Descobriu-me dum fevereiro desses.
Descobri-o duma noite qualquer.

Enfim saiu, pedindo licença, esperando resposta.

Saiu assim, pela porta da frente, agradecendo o café.
Foi embora, mas ficou.

Olhei para dentro e não restava muito.
Entrei para fora, eu precisava de um emprego, nada mais por agora.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

02:53 AM

Minhas bobagens ressoam através de uma silenciosa melodia.
Novamente me deito e me afogo entre as lágrimas, e enquanto isso permanece  a sensação de todos os risos me afagando.
Dessa vez eu sigo confusa, atravesso outra rua dentro de qualquer esfera.
Ouvir algumas certezas seria bom. Não importaria a conclusão(nem sempre importa), mas apenas o intervalo entre uma respiração e mais um batimento cardíaco  reintegrariam-me.
Caindo, como se não existisse nada abaixo ou acima de mim; 
Não sei se estou de olhos fechados ou abertos.
A minha poesia está talhada em cada olhar que fora confiscado pela alegria.
A tristeza levou muita coisa também, meu sorriso que o diga
Mas a verdade é só outra falsa teoria.
Eu surto diariamente.
Fragmento o tempo em poções sem significado algum.
E em meio a gritos e silencio o sono vence.
Não me deseje uma boa noite dessa vez.
Não só me deseje.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Nenhures.



Agora pegue seu plano B
Passe uma noite em Uberlândia
Tente me esquecer.

Se também não der certo
é porque na verdade
Não houve verdade
em querer sem querer

Depois disso pegue um avião
Beba no bar mais próximo 
produza um filme,entre em ação.

Enquanto isso estarei sem planos
Talvez eu viaje amanha a noite
Para meus sonhos
ou de novo em tua mente

Faça o que fizer
Continuo dançando
Corra pra qualquer lugar
Estou quase voando!

domingo, 3 de junho de 2012

Uma Carta?


Às vezes eu me perdia em sonhos. Ou me encontrava.
O que sei é que algumas coisas não devem importar mais.
Engraçado... eu sentia por tudo. Narrava em minha mente todos os pensamentos como se tivesse lendo um livro.
 Era um jeito de não maltratar-me, um jeito da realidade se diluir em gotas de orvalho.
 Houveram dias  tão ruins nos quais até palavras me abandonaram.
O silencio ia junto.
Na verdade, não acredito que existiu silencio ,até porque melodias ainda parecem caminhar junto aos olhos daquele menino,daquele bebê,daquele homem.
Concluí ser.
Mesmo não sabendo do que se tratava tal afirmação. Eu queria a musica em mim, queria vento e chuva, queria o horizonte e mais um pouco.
 Eu não queria nada alem da fragrância de tudo. Eu estava prestes a voar.
Certa vez, uma mulher roubou-me o ar.
 Levou consigo algo a mais.Trouxe algo também. Ainda não sei o que é. Ou talvez eu saiba. Essa mulher é uma das melhores que já levei para cama.
Jamais esquecerei aquela noite de outono. Ela ainda está por aí. Ainda estamos no outono, não estamos?
Agora é hora de dormir, embora não haja sono. Devo voltar aos poucos para seguir.
‘’Nem sempre há mágica no absurdo’’. É  Lobão,e o absurdo sempre está dentro da mágica.
Eu sei bem que nesse exato momento mil sentimentos conduziriam-me a escrever e escrever e escrever.
Porém não posso. Porque além de tudo, estou sem.
Meus caros,agora serei cordial e cumprirei o que é moral (embora moralidades sejam cômicas e insensatas)
 Um sincero agradecimento.
Atenciosamente, Pierre.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Conclusão


Continue dizendo onde deve-se ou não por pontos,virgulas e afins.
Continue trabalhando em outra função analítica dentro de um triangulo qualquer.
Continue contestando a capacidade térmica e a evolução beneficiada por todas as belas guerras .
Continue por todos os dias até que sua mente naufrague junto à mil sóis de pensamentos concluídos.
Continue! Continue! Continue!
Continue mesmo que tudo,inclusive seu coração queime em fagulhas de gelo.
Continue até a colina mais alta,até o próximo jardim inglês,até os sonhos de quem sonha sem se importar.
Continue absorvendo rios de dinheiro e estatuas vivas que cheiram agora como a lápide de sua alma.
Continue caminhando sem cigarros e bebidas. Com seu carro esportivo dentro de uma fantasia condicionada.
Continue até o fim!
Automaticamente, continue!


Falta só mais  um pouco, alguns passos , você está quase vencendo.
A morte está lhe dando a mão.Vença a vida.


Continue!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Porta-Retrato

 Mas eu já não estava animado com muita coisa.
A escola era um lugar monótomo e rápido demais.
Lembro-me que em aulas como gramática,eu ficava parado, não prestando a mínima atenção.Me sentava na ultima carteira nessas sextas-feiras .
Enquanto o professor ditava as regras;eu continuava ali, olhando as luzes que infiltravam-se pela cortina .
Aquela mesma  cortina que combatia o vento. Eu me sentia bem ali.
Era o único a estar em tantos lugares ao mesmo tempo, o único a estar em mim através do ar.
Na verdade, talvez todos pensassem assim.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Uma Pequena Nota.


Estragaste minha vida
e sob toda a pele,outras costuras
Pontos dissipados,
de um longo vestido vermelho,
rendado.
que em outra noite fora rasgado
e pelo mesmo sonho customizado.