segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Ana?
Juntou-se à mesa com a família,comeu um pedaço de pizza e saiu.
Bebeu dois copos d’ água, acendeu um cigarro e o ventilador.
Trancou a porta do quarto, sentou-se na janela.
Metade dos sonhos quebrados, um terço de pó sob o aquário.
Observou as folhas caindo, no meio das cinzas, dentro dos prédios.
Ajeitou o cabelo, mas não tinha jeito, o vento atacava feio.
( se alguém visse, era algo bonito a se ver. )
Desiste de encontrar. Nem mesmo sabia o que estava procurando.
Sai da janela, tropeça numa roupa jogada, tira toda roupa do corpo.
Escova os dentes, troca o disco, deita no chão.
Luz apagada, olhos acesos.
A vida lá fora, com o mesmo movimento.
Desfeita, contraindo o eco de seu grito.
Sonolenta, de relance vê, não sabe o quê.
A distancia que sentiu entre um tempo e outro foi quase nula.
Só alguns detalhes na lembrança. Já não quer saber.
Mas há quase um ano, houvera uma bela dança.
( Se alguém visse, seria inevitável perceber. )
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