terça-feira, 7 de agosto de 2012

Descaso duma nota musical sem nenhuma melodia sentimental, muito menos cordial



Daqui vejo uma cadeira de balanço
Ela está logo ali
Daqui ouço uma voz que já conheço
Ela vem se aproximando, por mim?

Dali compreendo o porquê de não estar aqui
Ela assobia as infâmias tanto vividas
Dali observoeu sem sina, voando até sucumbir
Ela reflete o vento assoprando um mar de vindas só com  partidas

Estou abrindo um espaço entre vida e morte
Ela disfarça, sem dó, sem lá,
Estou cá com veraneios e fatias de sorte
Ela vence o sol, lançando-lhe um aceno solene.

Componho uma nova distorção
Ela chega, provocando e me provando
Recomponho num segundo uma velha confusão
Ela vai, contudo aos poucos, levantando, se levando

Vejo o que vejo sem saber se estou vendo
Ela contraí o cenho, diz meu nome , nua, nobre, dorme e some!
Sonho com um sonho dentro de outro sonho sonhado,
Estou acordado, atordoado, anestesiado, mas sim, por fim, acordado.

Ela se retém, à brisa da tarde, e se mantém
Ahh! Quanto desdém,
Pronuncio sem voz, e ela sabe, já me tem.

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