Daqui vejo uma cadeira de balanço
Ela está logo ali
Daqui ouço uma voz que já conheço
Ela vem se aproximando, por mim?
Dali compreendo o porquê de não estar aqui
Ela assobia as infâmias tanto vividas
Dali observoeu sem sina, voando até sucumbir
Ela reflete o vento assoprando um mar de vindas só com partidas
Estou abrindo um espaço entre vida e morte
Ela disfarça, sem dó, sem lá,
Estou cá com veraneios e fatias de sorte
Ela vence o sol, lançando-lhe um aceno solene.
Componho uma nova distorção
Ela chega, provocando e me provando
Recomponho num segundo uma velha confusão
Ela vai, contudo aos poucos, levantando, se levando
Vejo o que vejo sem saber se estou vendo
Ela contraí o cenho, diz meu nome , nua, nobre, dorme e some!
Sonho com um sonho dentro de outro sonho sonhado,
Estou acordado, atordoado, anestesiado, mas sim, por fim, acordado.
Ela se retém, à brisa da tarde, e se mantém
Ahh! Quanto desdém,
Pronuncio sem voz, e ela sabe, já me tem.
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